mares doces. utopia
sonhos e maré vazia
carangueijo persistente
fussa no lodo e a gente
passa apresada adiante
só pensando na vazante
que leva o barco para a foz
ouve-se do cais uma voz
perguntar se temos nós
a certeza de voltar
porque com tanta destreza
nos esquecemos sobre a mesa
da carta de marear
tantas vezes, tantos dias
por causa de teimosias
nós perdemos a vontade
de ouvir outra verdade
de deixar entrar o ar
só pensando em acabar
mesmo que fiquemos sós
ouve-se do cais uma voz
perguntar se temos nós
a certeza de voltar
porque com tanta destreza
nos esquecemos sobre a mesa
da carta de marear, de marear, de marear
ouve-se do cais uma voz
perguntar se temos nós
a certeza de voltar
porque com tanta destreza
nos esquecemos sobre a mesa
da carta de marear, de marear, de marear