Tento imaginar o fim do percurso
Precisei correr um tempo pra ficar longe de tudo
Rasguei o plano, segui o impulso
Mudei o roteiro, a direção, só não mudei o conteúdo
Próxima cena, ação, foi repentino
Esquartejei o medo em pedaços
Sanguinário tipo Tarantino
Intuição não falha
Quando a razão não cala
Sente a pressão quando o pescoço sente a navalha
E o sangue escorre,
Mas não comove olhares falsos
Com os pés descalsos
Senti a terra entre meus passos
Fazendo o esboço de novos traços
Fui do realismo ao surreal, eu sou real, sente o picasso
De volta pro futuro que o passado eu não controlo
Vivo o presente, o amanha só monitoro
O tempo é escasso por isso é alto o seu valor
Cê paga caro pra ter o tempo a seu favor.
O tempo passa
E o que eu fiz a vida cobra
Não perco tempo
Pq tempo aqui não tem de sobra
De passo em passo vo seguindo meu caminho
Boto fé no meu destino
O que é meu vai, mas sempre volta.
Se o que é meu ja ta escrito
Se a vida é o juiz eu só espero o veredicto
Vo te contar, admito sim, que as vezes me descuido
Perco o rumo fico aflito enfim
Sigo firme, exorciso os meus crimes
Caminhando no inferno solitário como Constantine
Só o tempo esclarece
Fortifica o que é real e do falso a gente esquece
Mas a vida voa e me enlouquece mais
Olho pro céu e peço numa prece, paz
E sabedoria pra seguir na briga
Me render não rola, sei que o mundo gira
O que for pra ser vai ser, não se reprima
Levanta sacode a poeira da a volta por cima
é longa a caminhada, desistir não é pra mim
Valente como Atreyu, vivendo uma historia sem fim