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O Solfejo de Nossas Filhas Video (MV)






Vladimir Safatle - O Solfejo de Nossas Filhas Lyrics




Por um momento, parecia que a cortina, essa cortina abafada e
Definitiva, a cortina de cuja existência seria melhor esquecer, iria
Se fechar. A cortina que cai entre a respiração e o fôlego, entre a
Existência e a presença, essa mesma que diz que é assim que o
Mundo termina, não com um estrondo mas com um lamento.
Por um momento que parecia interminável a cortina iria se fechar,
Porque o difícil não é passar 20 dias. Difícil é passar 20 minutos
Quando o tempo perdeu sua costura, quando os instantes se
Descoseram. Não havia mais tempo porque não haviam mais
Ossos entre os momentos, porque alguém teve a péssima ideia
De negligenciar o cuidado a tal ponto que os ossos do tempo
Se quebraram, descalcificaram. Seria necessário esta operação
Demente porém permitida por alguma razão que deve ser da
Parte do resto de divino que foi deixado na carne humana quando
Ela ainda cheirava enxofre e estava em chamas, seria necessário
Este delírio de saltos em vazios que preenchem as alamedas
De presidentes depostos, delírio que a humanidade teima em
Produzir quando soa o alarme de incêndio por todas as ruas.
Seria necessário enfim se deixar empurrar pelo vento sem tempo
Que vem por trás do corpo de quem ainda tem corpo. Há um
Vento que traz as frases que não aceitarão serem esquecidas pois
Brotarão no solfejo das nossas filhas com a força milagrosa da
Memória soberana do que não precisa ser sequer vivenciado para
Existir. Ai daqueles que nada querem saber da soberania do que
Brota no solfejo de nossas filhas. Esses, meus amigos, esses não
Verão os milagres que, afinal, nunca foram mesmo para os que
Só conhecem o sol do meio dia. Pois essas frases ainda soarão
Quando a queda deixar de cair e o corpo sentir esta estranha
Ascensão do que teima em não morrer mesmo quando se está em
Queda, do que aprende a voar na queda, batendo os dentes uns
Nos outros em ritmo de síncope. Porque até do bater de dentes
Se faz música. Que se toque então mais uma vez as músicas que
Nascem do bater em queda de nossos dentes, "porque não é de
Hoje nem de ontem, é desde os tempos mais remotos que elas
Vigem, sem que ninguém possa dizer quando surgiram".
[ Correct these Lyrics ]

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Por um momento, parecia que a cortina, essa cortina abafada e
Definitiva, a cortina de cuja existência seria melhor esquecer, iria
Se fechar. A cortina que cai entre a respiração e o fôlego, entre a
Existência e a presença, essa mesma que diz que é assim que o
Mundo termina, não com um estrondo mas com um lamento.
Por um momento que parecia interminável a cortina iria se fechar,
Porque o difícil não é passar 20 dias. Difícil é passar 20 minutos
Quando o tempo perdeu sua costura, quando os instantes se
Descoseram. Não havia mais tempo porque não haviam mais
Ossos entre os momentos, porque alguém teve a péssima ideia
De negligenciar o cuidado a tal ponto que os ossos do tempo
Se quebraram, descalcificaram. Seria necessário esta operação
Demente porém permitida por alguma razão que deve ser da
Parte do resto de divino que foi deixado na carne humana quando
Ela ainda cheirava enxofre e estava em chamas, seria necessário
Este delírio de saltos em vazios que preenchem as alamedas
De presidentes depostos, delírio que a humanidade teima em
Produzir quando soa o alarme de incêndio por todas as ruas.
Seria necessário enfim se deixar empurrar pelo vento sem tempo
Que vem por trás do corpo de quem ainda tem corpo. Há um
Vento que traz as frases que não aceitarão serem esquecidas pois
Brotarão no solfejo das nossas filhas com a força milagrosa da
Memória soberana do que não precisa ser sequer vivenciado para
Existir. Ai daqueles que nada querem saber da soberania do que
Brota no solfejo de nossas filhas. Esses, meus amigos, esses não
Verão os milagres que, afinal, nunca foram mesmo para os que
Só conhecem o sol do meio dia. Pois essas frases ainda soarão
Quando a queda deixar de cair e o corpo sentir esta estranha
Ascensão do que teima em não morrer mesmo quando se está em
Queda, do que aprende a voar na queda, batendo os dentes uns
Nos outros em ritmo de síncope. Porque até do bater de dentes
Se faz música. Que se toque então mais uma vez as músicas que
Nascem do bater em queda de nossos dentes, "porque não é de
Hoje nem de ontem, é desde os tempos mais remotos que elas
Vigem, sem que ninguém possa dizer quando surgiram".
[ Correct these Lyrics ]
Writer: Vladimir Safatle
Copyright: Lyrics © Tratore


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