Às vezes me deixa gelada
Às vezes me diz que estou fria
Às vezes me quer requentada
Às vezes em banho-maria
Talvez só o tempo me ensine
Que ele me quer à francesa
Ou quem sabe no seu regime
Eu seja sempre a sobremesa
Se estou no ponto,
Me acossa as coxas,
o dorso, o quadril
Mas, se eu amargo me adoça
Com gotas de dietil
Quando de mim se alimenta
E faz de mim seu banquete
Me esquenta feito pimenta
Me lambe como um sorvete
Depois de um trago ligeiro
Me chama morena picante
Diz que provou o meu tempero
E que meu recheio é de amante
Como ele chega, ele some
Deixando uns trocados à parte
Zombando nem diz o meu nome
Só diz adeus à la carte!
OBS.: Integra o elepê
Vanusa - 1980.