Venha o diabo e escolha
Já que o futuro ficou pra trás
Não encontro a paz
Mas o teu veneno
Satisfaz
Venha o diabo e escolha...
Já que há tão pouco entre os dois
Dois corpos sem alma
E um veneno
Em lençóis
Hora de ponta
Aponta a pressa que traz
Promessas num velório
De um antigo carrasco
Nasce a luz no horizonte
A esperança renasce
Na lágrima do diabo
A mentira é a praxe
E há quem ache que a verdade
Faz parte
Daquele fogo que arde
E acaba por incendiar-te
À parte
O amor decide abandonar-te
Carne com carne
Canibais num quarto
Corpos em erupção
Escorpião disfarçado
O veneno é doce
Mata ao sabor do pecado
A nossa mente mente
Quando foca o imediato
Instantâneo cega
A longo prazo
Só fazes caso, quando o laço
Se parte por acaso
E nada fica, o pano cai
A sós num Teatro
Atores no anonimato
Insistem no formato
Em que o Último ato
Passa a ultimato
Ciclo vicioso
Vício puxa tabaco
Mais um cigarro
Reflete no passado
Venha o diabo e escolha...
Já que o futuro ficou pra trás...
Não encontro a paz
Mas o teu veneno
Satisfaz
Venha o diabo e escolha...
Já que há tão pouco entre os dois
Dois corpos sem alma
E um veneno
Em lençóis
4 paredes
Um tecto doente
Memórias
São cancro
Maligno na mente
Quarta dimensão
Prisão transparente
Neblina na visão
Olho de serpente
A cama desfeita
Imagem ardente
Saudade é crime
Recluso inocente
Cinzeiro já está cheio
Mais um maço chega ao fim
Voltamos para a teia
Lençóis de cetim
Enfim