Basta
Basta, esse não é o seu lugar, bom é parar de insistir
Não há razão nem ilusão pra prosseguir
Havia uma esperança ao entrar
Um sonho bom de construir
Havia planos, corações pra descobrir
Alma. O medo criou corpo
E o corpo vai querer um dia tomar a sua alma.
Vai começar por seu lugar, não vai parar de insistir
Tirar sua razão, seu dom de prosseguir.
Havia tanta alegria em seu olhar
Um mundo para construir
Um coração pra receber, pra dividir
Alma. Entenda os sinais
E vá buscar a luz que um dia brotava em sua alma.
E espera só você voltar.
O quase inacreditável
É que meninas de quase toda rua.
As que quase sobrevivem.
Quase morrem todo dia. Quase pediram socorro.
Quase procuram ajuda. Quase, quase todo dia.
Ainda têm medo. Ainda se calam.
Ainda chorando se calam.
Ainda chorando com medo caladas esperam.
Ah, acreditem, ainda acreditam.
Ainda têm esperança.
Ainda insistem na mancha que insiste.
Insiste ou acredita por quê?
Porque lhe foi o direito e a vontade
E sobretudo a vontade
E pousou um escuro véu sobre a esperança
E em tudo o ela crê, e em tudo que sua vista alcança
Há sim uma mancha. Em todos os sentidos.
Há uma mancha.
É inacreditável.
Meninas de toda rua morrem todo dia.
E quase morrem todo dia.
E morrem, morrem todo dia.