Caras como eu
Estão ficando raros
Como cabelos ralos
Que se partem e caem pelo chão
Caras como eu
Estão tirando o pé
Andando em marcha ré
Com medo de entrar na contra mão
Como trens do interior
Que não chegam no horário
Como velhos elefantes
Que morrem solitários
Caras como eu
Estão ficando chatos
Como solas de sapato
Que se gastam com o passar do tempo
Não vou mais medir o tempo
Não vou mais contar as horas
Vou me entregar ao momento
Como palavras de amor
Que não se guardam no disquetes
Como segredos sem valor
Que a gente nunca esquece
Caras como eu
Estão ficando velhos
Calçando seus chinelos
Concluindo que não há mais tempo