Vivo em papos de aranha,
Tô aqui a ver navios,
Leio sempre o Catatau,
Acabou o século XX.
Eu pareço com Ulisses,
Atravesso a Rio Branco,
Lá na frente tem uma blitz,
Eles tão me rebocando.
Entro na Leonardo da Vinci,
A gringa não percebe nada,
Eu estou desempregado
E quero mais ficar assim.
Eu não tenho nada a ver
Com a linha evolutiva,
Gosto é de ficar deitado
Com o meu pirú na mão.
Vou comprar uma mutuca
Lá no quinto dos infernos,
Eu não sou nenhum mané,
Rio de Janeiro,
Sou um garoto seqüelado,
Quero ouvir Zumbi do Mato,
Hanny baby é o caralho,
O meu samba é assim.