Desisto disto que é a vida
Cada passo ponho em risco a minha sina
Cada agrafo que ponho na página da minha vida
Todo o som que componho é uma mensagem escondida... é
Tudo aquilo que sonho torno ambição na vida
Só odeio quando acordo e vejo que ela 'tá fodida
É a rotina ou então a querida que não facilita
E toda aquela pressão que agora em mim orbita
Porque na fita acabo sempre por ser o vilão
Eu não amo, não trabalho, não presto atenção
Eu só bebo, fumo e falho, puxo do canhão
Eu sou um mero puto nato em competição
Compito comigo mesmo pela superação
O inimigo que mais temo é o meu coração
Ele é mudo, surdo, cego não presta atenção
É este o fardo que eu carrego mas vou mandá-lo ao chão
(Não amo, não trabalho, não presto atenção
Só bebo, fumo e falho, puxo do canhão)
Meu rapaz, sê fugaz pra que vás no bom caminho
'Tá la atrás, quem tirou paz, tu 'tas melhor contigo
São só fãs do que fazes, veem que serves de abrigo
Fazem lares, são de fases só apontam pró umbigo
Há o que diz que fez e faz, ao que chega mesmo e faz
Confesso tropeço, não planeio mas volto atrás
Acesa a minha cabeça é prisioneira de alcatraz
Num roteiro traiçoeiro, fui eu quem ficou pra trás
Nem são bens ou dinheiro, eu anseio é por ter paz
Tu não vens a tempo inteiro e eu receio é que te vás
Porque quando isso acontece, a minha cabeça sente
E não dá trégua, só dá nega à atividade da minha mente
(Atenção... Puxo do canhão)
E num instante distante, onde o seu olhar diz tanto
Vejo o ódio, medo e dor, no meu espelho é frustrante
Não devo e sinto rancor, de quem um dia fez pranto
Mas que me fez o favor, ao se ter posto distante
E embora não constante, eu gosto tanto de viver
Ponho de lado o restante, que me impede de crescer
Tende a decrescer, no passatempo que é o passa tempo
Enquanto eu dou por mim parado o bacano 'tá correr
Podes crer a vida é assim e no fim deixa pra trás
Ou te apressas e evoluis ou no destino não terás
Esse futuro risonho que te julgavas capaz
E vens a ver que a vida é uma puta cara que não satisfaz