Sem se deixar fazer canção.
De mão aberta se fez à estrada,
Traçando sonhos pelo chão.
<
Disse o taxista que a apanhou,
Sem reparar no olhar vazio
E no corpo que o habitou.
Da janela vê-se
Um lugar bem melhor.
Esta casa,
Esta esquina,
Ou seja onde for.
Tenho que parar- pensou,
E tentou não dormir.
Porque tudo o que queres
É alguém para amar.
Uma sombra,
Um chão devagar.
E tudo o que tens
É um nada a perder.
Um segredo,
Mais uma noite a vencer.
O silêncio louco da cidade
Apanhou-a desprevenida.
Entrou num bar em tons de roxo
E no azul de uma bebida.
Atravessou o rio
Uma última vez,
Pela ponte inexistente.
Foi encontrada junto ao cais,
Vestindo uma nudez diferente.
Agora já tens tempo
Para rir das estrelas,
Como gostavas
E fazias com elas.
E nos cinemas,
Era a tua voz no ecrã.
Uma bandeira,
Uma maneira
De beijares a manhã.
Refrão