FUXICO
Dinho Oliveira
Me disseram
Que o amor tem duas caras
Uma é bela e não separa
A outra é solta em multidão
Me contaram
Que o amor tem dois sentidos
Um é herói outro é bandido
Quando um diz sim outro diz não
Ele é sabiá cantando
Numa laranjeira em flor
Ele é pedra de bodoque
Bate e vai deixando a dor
Me falaram
Que o amor são passarinhos
Um que mora em vários ninhos
Outro que morre em solidão
Me avisaram
Que o amor tem duas asas
Uma vem sempre prá casa
A outra vai sem direção
Ele é sabiá cantando
Numa laranjeira em flor
Ele é pedra de bodoque
Bate e vai deixando a dor
O amor
Eu soube que tem dois lumes
Feito uma faca de dois gumes
É liberdade ou é prisão
Porque o amor
Sempre ajeita um jeito diferente
De chegar bem juntinho da gente
E ficar cantando ao coração
Eh um eh dois
Amor que vem
Amor que foi