Barco arremessado no mar ao deus dará
Na vazante das marés, de lá pra cá
Navego por aí, deixo-me levar
Seja lá o que há por vir: terá de ser
Nas velas do pensamento o sopro da razão
Nas ondas do quebra-vento o tom da intuição
Mergulho com o sol, quero me banhar
Entre as sombras de um farol: vou desvanecer
Prosseguir sob o sol, retornar não
Transformar sal em mel
Nada será vão, nada será vão
Apontam os meus sentidos ao sul da constelação
O rumo da correnteza indica uma direção
Entre tantas turbulências, calmarias vão e vem
No horizonte vislumbrar o amanhecer
Ressurgir noutro cais, abraçar o chão
Decifrar os sinais da navegação
Nada será vão, nada será vão