"Dedicada as almas que desencarnaram: dos índios da Amazônia - num santuário, dos presos do Carandiru - no solo da penitência, do povo de Vigário Geral - na sacristia, dos Meninos da Candelária - na escadaria da Igreja."
Eu vi nos olhos do povo
Um violento país
Eu vi o lento passo da justiça
Que violenta as leis
E dúbia na essência
Cala em nossa consciência o fardo
Quando tomba o pardo morto na indigência
Quando voa o anjo guardando a inocência
Quando arde o dono de terra tão nobre
Quanto eterno é o sono que apavora o pobre
Eu vi...
Eu vi...
Num santuário
No solo da penitência
Na sacristia
Na escadaria da Igreja
Eu vi...
Eu vi...
Eu vi nos olhos do povo
Um violento país
Eu vi na fome do povo
Um violento país
Ei vi nas dores do povo
Um violento país
Eu vi no sangue do povo
Um violento país
Eu vi...
Eu vi...
E na pergunta do povo
Do violento país
Ouvi o lento passo da justiça
_Eu violento as leis?