A televisão boa de mira
Atira nos olhos de quem vê
O mané esperto, a criança,
O executivo crê que não crê
Que o beijo, que o sangue, que a missa
É o que mais se vê na tv
Mas ela não vê que quem vê
Não é dono da própria visão
Das cores e do pensamento
Da grana e da reação
E a vida imita a tv (3 vezes)
Não quero ser um brasileiro
Culpando a televisão
Discurso sem paradeiro
Igual esta própria canção
Que a lama brilhante
Nos mostre o elefante noutra dimensão
Que a sua democracia sirva de exemplo à nação
A nação (3 vezes)
O rádio, objeto portátil
Que já serviu de mentor
Na vóz de um maluco feliz
Que dizia-se locutor
E hoje não se vê morrendo no
Vício do programador
Que acha difícil tocar as canções
Que não falam de amores
Que faz seus contratos e esquece
O Brasil e seus compositores
Queria a possibilidade
De ouvir do Rock ao baião
A música Africana, Londrina,
A música do Paquistão
Chorar na estrada deserta
Quando tocar a canção
Que nos faz lembrar
Que a canção vencerá
Em qualquer condição
Condição (3 vezes)
O jornal desperta e avisa
Quem nasce quem já morreu
Com a sabedoria incerta
Confunde que leu, e não leu
Mas o papel embrulha o vento,
Os sonhos, a carne do ateu
Que borra os dedos de medo
E a foto nos mostra a polícia
Cercando o bandido
Que rouba o vestido
E virou notícia
E a vida imita o jornal (3vezes)
Talves nunca seja possível
Imprimir os olhos de Deus
Na foto, feito corcovado nublado,
Olhando pros seus
Tentando entender a delícia
Que tem a notícia nos breus
Mas vejo seus olhos na foto
E digo logo: são meus
São meus (3vezes)