Risca o tempo, doi na lua, desce a flor
Na gamela, um arroio cristalino
Anilina; triste céu que é andador
Vejo núvens num sorriso feminino
Na barraca desce o encanto da alegria
Drapeando a encosta que abraça o rio
Os meninos amarelos da anemia
Não são noites nem são dias
No ardor de um pavio
As carcaças esquecidas pelo tempo
Douramentos de lampejo sobre a dor
Com arrogância, latejante sentimento
Faz pulsar no firmamento
O brasume do amor
O brasume do amor
Da gamela não se vê nem um adeus
Nem o céu ferido chora aqui por nós
Amoitado, o sol carrasco queima os seus
Será que não existe Deus
Pra ouvir a minha voz?