Em vinte e cinco de janeiro sem saber como começar
Envelhece a cidade e não tem roupa pra se apresentar
Mas fevereiro se insinua e nua não pode ficar
Na vinte e cinco de março faz a fantasia pra poder pular
Desceu a sete de abril e a saudade vai arrebatar
Um prato na treze de maio pra lhe confortar
Andar, andar no calendário
Pensar, pensar no seu contrário
Andar, andar no calendário
Chegar fora do horário
Em vinte e três de maio já sabe o rumo que tem que tomar
Tomara o sul fique por lá, há tanta coisa pra se explorar
Parques, vilas, igrejinhas falta alguém pra lhe acompanhar
Até onze de junho um novo amor para compartilhar... Quiçá?
Noves fora a revolução, julho taí para te esquentar
Sete de setembro, um bom dia pra se declarar
Andar, andar no calendário
Pensar, pensar no seu contrário
Andar, andar no calendário
Chegar fora do horário
Será que o tempo fica, quando ela passa na sua frente?
Ou será que ele a segue, e assovia, inconsequente?
Talvez ele só exista na placa, naquele instante
Talvez ela se lembre do retrato em sua estante