Um poeta desfolha a bandeira
E a manhã tropical se inicia
Eesplandente, cadente, fagueira
Num calor girassol com alegria
Na geléia geral brasileira
Que o Jornal do Brasil anuncia
Eh, bumba
Iê, iê! boi
Ano que vem, mês que foi
Eh, bumba
Iê, iê, iê
É a mesma dança meu boi
A alegria é a prova dos nove
E a tristeza teu porto seguro
Minha terra é onde o sol é mais limpo
E Mangueira é onde o samba é mais puro
Tumbadora na selva selvagem
Pindorama, país do futuro
Eh, bumba
Iê, iê! boi
Ano que vem, mês que foi
Eh, bumba
Iê, iê, iê
É a mesma dança, meu boi
É a mesma dança na sala, no Canecão, na TV
E quem não dança não fala
Assiste a tudo e se cala
Não vê no meio da sala
As relíquias do Brasil:
Doce mulata malvada
Um LP de Sinatra
Maracujá, mês de abril
Santo barroco bahiano
Superpoder de paisano
Formiplac e céu de anil
Três destaques da Portela
Carne-seca na janela
Alguém que chora por mim
Um carnaval de verdade
Hospitaleira amizade
Brutalidade jardim
Eh, bumba
Iê, iê! boi
Ano que vem, mês que foi
Eh, bumba
Iê, iê, iê
É a mesma dança, meu boi
Plurialva, contente e brejeira
Miss linda Brasil diz ""bom dia""
E outra moça também, Carolina
Da janela examina a folia
Salve o lindo pendão dos seus olhos
E a saúde que o olhar irradia
Eh, bumba
Iê, iê! boi
Ano que vem, mês que foi
Eh, bumba
Iê, iê, iê
É a mesma dança, meu boi
Um poeta desfolha a bandeira
E eu me sinto melhor colorido
Pego um jato, viajo, arrebento
Como roteiro do sexto sentido
Voz do morro, pilão de concreto
Tropicália, bananas ao vento
Eh, bumba
Iê, iê! boi
Ano que vem, mês que foi
Eh, bumba
Iê, iê, iê
É a mesma dança, meu boi