V. de Lima do Couto Max
Sou, da noite, um filho noite; / trago ruas nos meus dedos / de contarem os segredos / aos altos campos do amor. / E
canto, porque é preciso / raiar a dor que me impele / e gravar na minha pele / as fontes da minha dor. / Noite, /
companheira dos meus gritos / rio de sonhos aflitos / das aves que abandonei / Noite, / céu dos meus casos perdidos,
/ vêm de longe os sentidos / das cações que eu entreguei / Ò minha mãe de arvoredo / que penteias a saudade / em
que eu via a humanidade / na minha voz soluçar / dei-te um corpo de segredo / onde arrisquei minha mágoa / e onde
bebi essa água / que se prendia no ar.