Eles se encontram no cais do porto pelas calçadas
Fazem biscates pelos mercados pelas esquinas
Carregam lixo vendem revistas juntam baganas
E são pingentes nas avenidas da capital
Eles se escondem pelos botecos entre cortiços
E pra esquecerem contam bravatas velhas histórias
E então são tragos muitos estragos por toda a noite
Olhos abertos o longe é perto o que vale é o sonho
(Sopram ventos desgarrados carregados de saudade
Viram copos viram mundos
/Mas o que foi nunca mais será/)
Cevavam mate sorriso franco palheiro aceso
Viravam brasas contavam causos polindo esporas
Geada fria café bem quente muito alvoroço
Arreios firmes e nos pescoços lenços vermelhos
Jogo do osso cana de espera e o pão de forno
O milho assado a carne gorda a cancha reta
Faziam planos e nem sabiam que eram felizes
Olhos abertos o longe é perto o que vale é o sonho