Tens que voltar. voltar ao amar aprender
Quando ele não está, estando sempre. como
Num vento que sopra verde soprando, como numa
Onda que navega branca navegando, como uma
Asa que bate batendo mais. tens que voltar
Ao amor amado, quando ele evapora egoísmo
Parte num ciúme, crancha num orgulho irado
Como numa confiança, desconfiada
Como uma palavra dita, gratuitificada
Como num querer cegado, estratificado. tens
Que voltar. voltar ao amar amante, libertado
Credenciado pelo acreditar, pelo acordar
Do mel das torradas, por entre, num sexo perfeito
Que acorda ensonado, num prazer nunca
Antes alvorado e leve trás um novo dia, dia
Nunca antes acordado. por um sol queimado
Por uma lua apagado, pela madrugada pura
Que dura, mais dura, que mata e põe toda
A santa saudade, mais amiga tristeza
A dormir um bocado. tens que voltar, voltar
Aos fundos, apagar nós, mal atados, como num tudo
Atafulhados, podridão, como na falsa paixão
Desafinados, como canção, fingida mão na mão
Apertos da alma coração - corações assassinam -
Orações, apodrecem poemas, como ratazanas frescas
E gaivotas açaimadas, pelas aguas rainhas. tens
Que voltar. voltar ao amor aprender, sem sentir
Dar o dar, sem sentir se partir, sem sentir culpas
E menores desculpas, sem sentir que sentes
Apenas sentires amar, como um mar que não
Leva o marinheiro, como tempestade que não
Leva uma corrente, como uma chuvada que
Não leva tuas lágrimas. tens que voltar ao saber
Aprender amar, pelo riso sorriso, pela carinhosa
Festa dançar, para que juntos tu, ele voltem
Nessas lágrimas, gargalhada feliz, felizes por
Voltar ao aprender reaprender, cicatrizar das
Portas pretas, voltar em braços abraços, despidos
Da cruz, dar a volta, ao estado de voltar, amar.