[ Featuring Marcos Sacramento ]
Camisa Amarela - Ary Barroso (I. Vitale)
Encontrei o meu pedaço na avenida de camisa amerla
Cantando a ?Florisbela?, oi... a ?Florisbela?
Convidei-o a voltar pra casa em minha companhia
Exibiu-me um sorriso de ironia
Desapareceu no turbilhão da galeria
Não estava nada bom
O meu pedaço na verdade estava bem mamado
Bem chumbado, atravessado
Foi por aí cambaleando se acabando num cordão
Com o reco-reco na mão
Mais tarde o encontrei num café zurrapa
Do largo da Lapa
Folião de raça
Bebendo o quinto copo de cachaça!
(Isto não é chalaça...)
Voltou às sete horas da manhã
Mas só na quarta-feira
Cantando ?A Jardineira?, oi... ?A Jardineira?
Me pediu ainda zonzo
Um copo d´água com bicarbonato
O meu pedaço estava ruim de fato
Pois caiu na cama
E não tirou nem o sapato
E roncou uma semana
Despertou mal-humorado
Quis brigar comigo
Que perigo, mas não ligo!
O meu pedaço me domina
Me fascina, ele é o tal
(Por isso não levo a mal)
Pegou a camisa, a camisa amarela
Botou fogo nela
Gosto dele assim
Passou a brincadeira
Ele é pra mim!
(Meu Sinhô do Bonfim...)
?
Pela décima vez - Noel Rosa e Cristóvão de Alencar (DP)
Jurei não mais amar
Pela décima vez
Jurei não perdoar
O que ele me fez
O costume é a força que fala mais forte do que a natureza
E nos faz dar provas de fraqueza
Joguei meu cigarro no chão e pisei
Sem mais nenhum,
Aquele mesmo apanhei e fumei
Através da fumaça neguei minha raça
Chorando, a repetir:
- Ele é o veneno que eu escolhi para morrer sem sentir
Senti que o meu coração quis parar
Quando voltei e escutei a vizinha falar
Que ele só de pirraça
Seguiu com o praça
Ficando lá no xadrez
Pela décima vez
Ele está inocente, não sabe o que fez