Raimundo (Luciano Alves)
Raimundo tem a sua história, o seu motivo, a sua dor
E, como todo mundo, vive tentando encontrar seu grande amor
Alguém que mereça uma atenção especial
Daquelas que a gente larga até o vício
Algo que preencha esse vazio existencial
Que faz do mundo
Um imenso de um hospício
Todo mundo tem um carro, uma bicicleta ou anda a pé
Pobre Raimundo, vive sentado na poltrona
Do busum ou vai de pé
Rezando pra chegar no fim da linha
Com os trocados que ganhou com o suor de suas mãos
Lembrando do sorriso dos seus filhos
Na esperança que o amor lhes chegue em forma de pão
Sorte do homem que tem uma mulher
Inteligente, companheira e resolvida
Já o Raimundo, não tem ninguém
Somente uma gata que ele alimenta todo dia
Tudo que ela vê em cima da mesa, ela consome
E ela gosta de beber todo o seu leite
E ele não se conforma, pensa que ela é prejuízo
Mas não há no mundo quem melhor lhe aceite
Raimundo vara a madrugada procurando uma saída
Todo mundo rala o dia inteiro, até parece suicida
Quando se sabe onde está indo, tudo bem
Mas o pior que a maioria ainda não sabe não
Vive reclamando, resmungando e chateando
E procurando uma resposta longe do seu coração