Pano Escarlate
(Luciano José Alves)
Um pano escarlate
Unindo os fios de nossas vidas divididas
Mesa posta e ornamentada com a graça do vento da vida
Um anjo emprestado
Qualquer caminho levaria ao teu abrigo
Estava escrito na mais remota estrela do infinito
Venenos da malícia
Doses homeopáticas de luz
Gritos de expulsar qualquer sinônimo
De tudo que é preciso carregar como uma cruz
E ao olhar mágico da lua
Já os pecados eram da carne e não da alma
Cada máscara de nossas desventuras desfaziam-se uma a uma
Antígona e Afrodite
Gota d?água e tempestade
Suas raízes atravessaram meu peito
Tornei-me a metade
Você que é meu espelho
Sabe que nada cresce sem a chuva
Suas palavras e atos se ajustam
Como a mão dentro da luva
Um pano escarlate
Balanço que é o meu estopim
Alquimia da vaidade mergulhada
Num sorriso brando, branco marfim
Hoje tudo é incomum, movimentado, colorido
Visões do que é a verdadeira revolução
Sem cadência previsível, lei ou verdade intransponível
Perene doação