MARIA GENEROSA
De: Luciano Alves
Maria Generosa, moça graciosa
Queria ser atriz, amiga íntima de Shakespeare
Porém ela sonhava com a maldita perfeição
E a Pedro Esfinge dedicava toda a sua devoção
Esfinge era do diabo a própria encarnação
Maria apaixonada somente ouvia a voz do coração
Peça da mobília, assim Maria se sentia
E então se escondia toda vez que Pedro sumia
Eleito pelos deuses para corromper a juventude
Dias depois ele voltava e a encontrava soluçando amiúde
Maria Generosa, moça graciosa
Queria ser poeta, amiga íntima de Rimbaud
Bem ela sabia, já nem se importava mais
O que seria do seu mundo, seria capaz?
De dia poesia, noite filosofia
Tentando convencer-se que existia
Porém nenhum lugar era o seu lugar
Sempre lhe faltando oxigênio pra falar
E, no entanto, lá no fundo ela enxergava tudo
Mas tinha medo de si mesma, se preocupava com o seu lado obscuro
Maria Generosa, moça graciosa
Queria ser atriz, amiga íntima de Shakespeare
Maria Generosa, moça graciosa
Queria ser alguém, amiga íntima de si mesma
Maria Generosa, moça graciosa...