DESOBEDEÇA
De: Luciano Alves
E para amenizar a crueldade dos tempos atuais
Dos homens de gravata, de políticos boçais
Ela me trouxe um sonho de baunilha
Café, cigarros, filosofia
Pra gente se alimentar
E o pesadelo de viver mais uma noite de loucuras abissais
Mandando às favas toda sorte de discursos surreais
Desvaneceu-se em um beijo e um abraço
Sua mão no meu cansaço
Convidando para mais
Esqueça, pois o tempo hoje corre mais que antes
Esqueça, não te grile com o desejo dos amantes
E o diabo disfarçado de pastor em cada esquina
Gritando em todas as línguas, esta é sua sina e você não pode mais
Sonhar, trilhar na vida o seu próprio caminho
Com sua barba e desatino
Você pode se queimar
Esqueça, tanto ódio e intolerância é o sinal
Esqueça, eles repetem as mentiras do jornal
E mais um furacão, um terremoto, um rio morto pela lama
Hoje o que mais se vende é a bestialidade humana
A vida segue engarrafada e sufocada pelo medo
Já não há mais segredos
A doutrina é profana
Esqueça, pois o vento vai soprar e vai ser forte
E a chuva que era vida anda de braços com a morte
Esqueça, desate os fios ou seja só mais um fantoche
Desobedeça...