Eu corto o pão francês
Em dois pedaços iguais
Como são sempre iguais
Os dias que eu vou viver
Há um ano eu sonho com bichos
Que me perseguem com fome
Com todo tipo de armas
Quero mulheres que somem
Eu desarrumo os jornais
Atrás de balas perdidas no morro
Eu trinco os dentes de raiva
E escovo os dentes de novo
Eu ponho o terno no armário
Sinto o corpo todo coçando
No fundo eu sei o que passa
Tá tudo só começando
Alguém me segura
Que se eu entro na briga
Taco napalm no morro
Desço matando a polícia
A minha roupa me aperta
Meia, sapato e calor
Com ela a vida é tão certa
Terças e sextas de amor
Mas quando eu chego bem perto
Eu fecho os punhos, me mordo
Eu trinco os dentes de raiva
E escovo os dentes de novo