É no forro da mesa, no chão,
Na melodia do azul
Oh oh, oh oh...
É no bicho de pé, na varanda,
Na fé, no tempo verbal
Oh oh, oh oh...
É na fruta mordida,
Na água bebida,
No som de um Si bemol,
É na luz colorida,
No céu, na partida,
No tom do pôr-do-sol,
É no galho torcido,
Na sede do ipê
Na fogueira e no fogão,
Na laranja e no limão,
É na Água Comprida,
Na terra batida
É na dor de nascer
Feito um broto,
É no gosto do beijo,
No cheiro do alecrim,
É no ar, é no fim...
É no barro, é no Manoel,
É no universo e no plural
Oh oh, oh oh...
É no leite do peito, é no choro,
É no cordão umbilical
Oh oh, oh oh...
É na porta emperrada,
Na cara amassada,
Na roupa no varal,
É no cheiro do mato,
Na língua do sapo,
É na estrada do arraial,
É no abraço apertado,
É no gosto do café,
Na fogueira (...)
É no disco do Gil, é no frio,
É no piano no quintal
Oh oh, oh oh...
É no pão da manhã,
É no vôo do Hermeto (o beija-flor)
Oh oh, oh oh...
É na grama molhada,
É na pedra jogada no rio,
É no calor,
É na comunidade,
Na idade chegada,
É na paz interior,
É no caso contado
Na espera do amanhã,
Na fogueira (...)
É no bicho do mato,
É no ato de adotar um animal,
Oh oh, oh oh...
É no mico, no pato,
No cão e no gato,
É na rã, no pica-pau
Oh oh, oh oh...