É por ter medo da morte
Que eu perco a minha vida
Em busca da vida eterna
Morro em cada tentativa
A gente que morre todo dia
Todo dia a gente se perde sim
É preciso morrer pra renascer,
Oh meus Deus
Será quisso não tem fim?
Não é pela minha voz que falo
Não é meu lombo que carrega o fardo
As raízes são regadas pelo sangue antepassado,
Não passado
São regadas pelo sangue não passado
Quantas vezes protagonizamos
As histórias que então roubamos
Tomamos a ferro e fogo
Pelo luxo silenciamos
Pela inveja esfaqueamos
Pelo medo condenamos
Pela branquice matamos
De que vale um ser sozinho
Diante de tanto sofrer
Se não existe sujeito,
Mais forte e mais potente
Do que junto,
Eu e você
Preta velha já me disse
Em seu silêncio ela me diz cantando
Vida se vive vivendo
Caminho se traça andando
É na fraqueza que mora escondida a fortaleza.
Furacão, escondido por entre os olhos de brisa serena.
É maremoto,
Adormecido no balanço sutil das ondas.
Preta velha feiticeira,
Que guarda os segredos.
Patakori, corta os inimigos.
Eparrei, carrega pra longe
E a cura vem do mar,
Pois ali jaz os segredos renascidos.
Agô!