Lá na ribeira,
Se troveja lua nova,
Esperanças de desova,
Quinze dias choverá,
E quando é festa, Santos Reis, Virgem Maria,
Santuário e sacristia,
Cantiga de comungar.
Esta saudade, pega que nem tiriríca,
Se alastra me pinica,
Que vontade de chorar,
A minha rede, meu riacho, cachoeira,
A morena sonhadeira,
De meiguice no olhar.
Beber garapa no engenho, fogo a lenha,
Na pracinha como senha,
Pra gente tagarelar,
E na porteira quando alazão relincha,
Vem a potranca e esguicha,
Seu cheiro de sio no ar.
E o caboclo pé na estrada, papa-légua,
Vai e volta e não dá trégua,
No varejo do arraia,
Doce lembrança, coração simples espera,
Chulio minha quimera,
Na esperança de voltar.