Explicar a poesia
Ninguém consegue explicar.
É mais pesada que o chumbo,
É leve igualmente o ar...
É fina como cabelo,
É bela como o luar!
Toca na alma da gente
Fazendo rir ou chorar...
Faz a tristeza morrer
E o sonho ressuscitar
A poesia é tão santa
Que, quando um poeta canta,
Deus pára pra escutar!
E, pra terminar, meu hino,
A poesia, seu menino,
Como tudo que é divino
Não dá pra gente pegar...
Se eu pegasse a poesia,
Porta em porta sairia
Igual a um mendigo faz
Pedindo não, dando esmola,
Tocando a minha viola
Cantando a canção da paz
Meus olhos te viram triste
Olhando pro infinito
Tentando ouvir o som do próprio grito
E o louco que ainda me resta
Só quis te levar pra festa
Você me amou de um jeito tão aflito
Que eu queria poder te dizer sem palavras
Eu queria poder te cantar sem canções
Eu queria viver morrendo em sua teia
Seu sangue correndo em minha veia
Seu cheiro morando em meus pulmões
Cada dia que passo sem sua presença
Sou um presidiário cumprindo sentença
Sou um velho diário perdido na areia
Esperando que você me leia
Sou pista vazia esperando aviões
Meus olhos te viram triste
Olhando pro infinito
Tentando ouvir o som do próprio grito
E o louco que ainda me resta
Só quis te levar pra festa
Você me amou de um jeito tão aflito
Que eu queria poder te dizer sem palavras
Eu queria poder te cantar sem canções
Eu queria viver morrendo em sua teia
Seu sangue correndo em minha veia
Seu cheiro morando em meus pulmões
Cada dia que passo sem sua presença
Sou um presidiário cumprindo sentença
Sou um velho diário perdido na areia
Esperando que você me leia
Sou pista vazia esperando aviões
Sou o lamento no canto da sereia
Esperando o naufrágio das embarcações