O glamour com o meu sofrimento
é a estrela do horário nobre
A história de um povo pobre
Ditada por quem me devia
Minha dor numa galeria
Pra encher o seu bolso de bem
Familícia lhes faz de refém,
Minha família quase não se cria
Pra bancar o seu corre
Cê migra
Pra virar a carreira
Cê migra
Se natal não consagra
Cê migra
Que o sudeste
é a mão amiga
Que o sudeste
Se faz mão amiga
Solo cambia se tu aquí mira
Que seu cambio não chega no norte
No nordeste tem falta de aporte
Mas excesso em cultura e raiz
Eu viajo por esse país
Em um flow retirante hightech
Monocromo na cor da minhas veste
Pra palavra ser força motriz
Seu like não me viraliza
Não esqueço de onde eu vim
Eu prefiro cachaça à gin
Com latino estreito a divisa
Pra esse aboio que não cicatriza
Eu sou robin hood do agreste
Faço arte e espalho a peste
Do passado que me trouxe aqui
Do futuro não dá pra fugir
Vou valer toda sua moeda
Partilhar com os meus toda prata
Que brilha mais forte na selva de pedra