PALAVRAS NO AR
De manhã os rios exalam vapores
O vento suave sopra levemente e os rios embaciam-se
Com o nevoeiro que cai
O vento chorava ainda mais fortemente
Desviei-me do caminho para vos visitar
Fiz um digressão pelo litoral galopando pro mar
De longe tentei por levar
Andando mal, não fazendo senão cantar
Sendo privado mais ainda, pensar em outro pensar
Até levá-lo ao espírito sem parar na garganta boca a boca
Está muito frio ficai a mim
Sou ferido de morte, eis minhas últimas vontades
Sou mera agonia na vida ou na morte
Cegarei os olhos até perder de vista
Farei sair fora de mim por bem ou por mal
Até perder de vista, cegar os olhos, não mais abrir a boca
Até perder de vista palavras no ar...