Enquanto eu durmo, o capital voa por cima de mim.
E isso não é sonho, não é delírio nem pensamento.
É ato abstrato bastante palpável, com meios e fins.
É fato, é concreto, embora invisível a todo o momento.
E, quando eu acordo, a capital jaz por sob os meus pés.
Doente e imóvel, não ouve, não sente, não vê nem prevê
Dragões e serpentes armando ciladas, criando o revés
Pra assegurarem, com o fogo e o veneno, o falso poder.
Onde está o supremo elixir, que retira o feitiço
Que esses seres sombrios lançaram por todo o planeta?
E lá no futuro, por fim, se acabar tudo isso,
Vão querer repetir o passado, sob nova faceta?