Luz,
Pra do ventre nascer
Água...
E a raiz vai brotar
Tempo,
Para o caule florescer
E, na flor do fruto,
Se esgotar...
Só então, o outono trará
O vento, o sopro e o desfolhar
Há tempo para, então, esperar...
E do limbo no chão renascer
Anunciando o inverno passar...
Ó semente, tão primaveril
Que de cinzas se refaz,
Num feminino tão hostil...
E no véu desse imenso luar,
Momento pra se deixar descolar
No tempo, quando o astro girar
E o sol amarelo crescer
Anunciando um longo despertar
Ó semente, tão primaveril
Que de cinzas se refaz,
Num feminino tão viril...