Cansado de correr na direção contrária
Eu faço tudo errado
Onde está o erro, é fácil me encontrar
Eu não sou poeta, eu não sei cantar
Mas não vi ninguém fazer assim
Você pode ir embora agora, mas
Eu sou o amor da sua vida
Você derreteu meu coração e agora estou chorando
A dor me dá tesão, me dá composição e tempo pra pensar
Eu quero descobrir o quê que a gente fez de errado
Eu quero começar de novo, você pode me desculpar?
Vamo voltar pra casa, eu juro
Eu 'tô sabendo de um portal num matagal no Mato Grosso
Meus vinte anos de boy se foram
Meus discos funk, punk, rock, bad era o diesel, combustível
Tudo foi como um sonho
Esquizofrênico ao saber que um sonho
É mais real que a própria vida
Sem os sons de rima, hoje ela perdeu pra lírica
Barulho pra batalha, nada me atinge, o acaso me protege
As cinquenta e quatro vidas falhas
Sem trocar as pilhas, baterias de exame
Mostra com certeza, a caixa de surpresa
Natureza vai tentar mais uma vez
Vem, sente o raio, caindo duas vezes no mesmo pico
Trocando a sanidade por mais um bico
Cuidando do meu próprio umbigo, então, vem comigo
A morte implora, vem comigo, ainda vivo, me sentindo horrível
Infinito, mano, "imorrível," então, deixa a família toda fora disso
Fim da série, ah, todos mortos
Sou o mesmo cara, só que outros olhos
Esses olhos mostram como somos
E não somos monstros, só estamos mortos
Só ovelha, onde estão os porcos?
Homens da coleira não liberam os rostos
Onde estão os porcos, de quê vale os dreads?
De quê vale os sonhos, de quê vale os votos?
O tempo não passa, só os dias
Só a luta e só a lua
A mesma rua, só aumenta as horas
Ah, hora louca e hora bruxa
Amo as duas, se marcar tem dúzia
Desesperada pra tirar o atraso
O desespero não vale o emprego
Não vale o dinheiro, não vale um orgasmo
Jesus amado, nesse dia eu 'tava inspirado, aí
Eu podia ter pintado um quadro, tudo cinza, tinta, brisa
Eu sou um viciado, então, vem
Sente o raio, caindo duas vezes no mesmo pico
Trocando a sanidade por mais um bico
Cuidando do meu próprio umbigo, então, vem comigo