Os dias ainda suporto
Às noites é que eu me condeno
De madrugada eu acordo
Sangrando canções de veneno.
O sol dos teus olhos me mata
E a lua dos meus te apavora
Derrama-se o ouro na prata
Inventa-se o sangue da aurora.
Marés de saudade já cedo
Batendo nas praias vazias
E o meu coração nos rochedos
Morrendo em marés de agonia.
E assim são as águas da vida
E o mar é um mistério que pasma
Tu és a cidade perdida
E eu sou o navio fantasma.