COPOS
(Marcelo, Fi)
Copos de vidro e cinzas ao chão
Discos soltos das capas ao lado
E alguns escritos jogados rasgados
As luzes acesas da sala até a escada
Então eu fui correndo ao seu quarto
Com meu coração num salto
Você estava deitada
Nas roupas cheias de manchas sujas
Ardidas do fogo de uma paixão
Varrida pelo tapete abaixo
Da cama escondida e molhada em que você sonhava
E vi na cor dos seus lábios quentes
Da minha atenção sentidos
Alguma coisa caída
Das frases roucas de poucas notas
Pros restos de luzes deixadas na sala
À noite adentro na cama do quarto
Com os olhos inchados e atados a casa enseada
Descendo da sua boca na doce
Saliva, o que tanto era meu
Na sua pele dourada
Os mundos nos levam a novos rumos
Da dança cedida de um só astral
Voando ao longo das estradas no espaço
Com pulos soltos e outras brincadeiras pelo pensamento
Se são processos as carências, sim
Pulsar da esperada aurora
Que traz à clara manhã