Todo dia bem cedinho antes de romper a aurora,
Abro a porta da garagem, tiro o cacete pra fora,
Encero ele inteirinho e com um pano eu vou lustrando,
Depois saio pro serviço com o cacete brilhando,
Um dia choveu demais, e eu fiquei desesperado,
Deu enchente lá na vila, foi lama para todo lado,
Assim que parou a chuva fui empurrar o danado,
Só ouvia o povão gritando o cacete ta atolado ,
No dia de casamento, eu lavo até o porta mala,
Engraxo bem o cacete deixo no ponto de bala,
Quando a noiva entra nele se assusta e acha graça,
Por que nunca tinha visto um cacete soltar fumaça,
Quando é dia de baile o meu carro é procurado,
Troco o óleo todo dia meu cacete é bem cuidado
Se não pega na partida, o meu carro é empurrado,
Quem sentar no meu cacete fica bem acomodado.