[ Featuring Quinto Oliveira, Gustavo Padilha ]
Tirana - bela Tirana - que eu conheci nas carreiras,
Numa cantina enramada, floreando a chita faceira!...
- Muitos olhares caranchos se aquerenciavam nos teus,
Mas foi em meus olhos negros que o teu facho se perdeu!
Tu nunca havias me visto... e nem sabias meu nome:
Mas no domingo estampado "titubeava" um sobrenome!...
Cheguei com todo o capricho, num: - Buenas tardes, chinita!...
- Pois nunca vi nestes fundos, uma ruiva tão bonita!
Tirana - mulher Tirana - depois de cruzar da linha,
Te entreguei meu lenço azul... te convidando: rainha!...
Agradeceu só com os olhos, como quem "arrenda" a alma...
- Que até meu peito potranco, se arrocinou nesta calma!
Eu, vaqueano dos caminhos, me dei conta de tua casta,
Quando reparaste o ouro que chispava na minha rastra!...
- Não tenho estâncias no nome... e nem boiadas no bolso...
Afirmo: eu só trago os calos... e muito "ensueños" de moço!
Tirana - bela Tirana - que não quis fazer pretexto
Me trouxe a golpe e tirão... já na trança do cabresto!...
Se o teu intento ladino me "aregalou" nuns carinhos,
Não tive culpa - chinita - de ter sido um descaminho!
...A prata da faca e bainha eu ganhei junto ao florão,
Numa criolla frontera, a força de braço e garrão!...
Sinto muito - tiranita - se eu não herdei de família...
- Minha sina é ser mansero... e viver por dentre as tropilhas!
Tirana - maula Tirana - que anda buscando um cambicho!...
...Não acharás coza buena nos rodeios dos bolichos!...
E se o meu jeito te agrada, mas o que sou tu ignora:
"Meu nome não vale nada - Adeus meu bem, vou-me embora!!!"