[ Featuring Leonardo Díaz Morales ]
Chinóquinha - saia azulada - com requintes de donzela,
Que campiei, de há muito tempo, pra ser flor em minha janela!...
Eu, da estrada - um ser de longe... Tu, bela - quase um jasmim...
- Quem não queria essa rosa pra colorir seu jardim!?
Mirei - de longe - teus olhos, escorado junto à copa...
Contra outros olhos - caranchos - onde mi´a gana se topa!...
- Mas ganhei tremor no peito quando um raio me atingiu:
Na tua mirada, de prenda, que uma dança me pediu!
A pele em ceda, macia - o corpo feito pra dança!...
Cabelo que o mel deu cores que ante os ares se balança!...
E o perfume - delicado - tomando todo o momento,
Quando um rosto encostou n´outro, implorando sentimentos!
Sabe aquele brilho antigo - com lumes de flor bonita?...
- São brilhos de uma mirada, que até inveja a "marcassita"!...
- São ganas de ser minha dona, no baldrame da ranchada,
Vestindo um vestido altivo, florindo em chita azulada!
Chinóquinha - flor prendada - com ramadas no vestido,
Que anseio por prenda minha, ante a um peito comovido!...
- Não digo, mas minhas miradas respondem fácil por mim:
Cada ansiedade que eu conto nada mais busca que um "sim"!
Passo e mais dança na sala... e o fim do baile matreiro!...
Ficou a ansiedade presa num adeus, que foi certeiro!...
...Sei do nome... faltam rumos: só em sonhos para os achar!...
- Bem tentei mas foi sem caso que o teu pala eu quis levar!
Que a vida também é dança, quase uma baile inacabado,
Como faltando outro passo pra te roubar pra o costado!...
- Relembro toda essa noite, noutra sentida pitada,
Pensando na chinóquinha... flor de uma chita azulada!!!