Quando há muitos anos fui aprisionado nesta
cela fria
Do segundo andar da penitenciária lá na rua
eu via
Quando um jardineiro plantava um ipê e ao
correr dos dias
Ele foi crescendo e ganhando vida enquanto
eu sofria
Meu ipê florido
Junto à minha cela
Hoje tem altura
De minha janela
Só uma diferença
Há entre nós agora
Aqui dentro as noites
Não têm mais aurora
Quanta claridade tem você lá fora
Vejo em seu tronco cipó parasita te abraçando
forte
Enquanto te abraça, suga sua seiva, te levando
à morte
Assim foi comigo, ela me abraçava depois me
traía
Por isso a matei e agora só tenho sua
companhia