Sem rumo eu vou pra lembrar
De todo toco que vou tropeçar
Saculejo o meu, já cansado olhar
Invento vela, barco me leva
De pé no chão eu ando só
Minha indecência acende meu farol
Na contramão desfaço o nó
É tanto pranto que eu sei de cor,
Que eu já nem sei
Se o som é bom, e o povo vem
Só desemboco na boca do tom
Transpareço o sol, permaneço aquém
De me lançar seguro nesse front
O caminhão o ego e o pó
Levaram amores ao som de tarol
Me amordaçaram, mundo cão
Preso em cabeças de miolos tão
Instrumentais
Há de se contrariar encontrando-se em alguém
De se contrariar encontrando-se em alguém
Se o cansaço virá, não sei se me convém
Pra além há de encontrar o que perdeu
Eu engoli poeira de estrada
Vou cuspir tijolo na obra:
Poesia