Yes! Nós temos mensagem positiva!
Na língua nativa!
Alô, Brasil! Este papo é maneiro
É a chamada geral do povão brasileiro
Alô, Brasil! Ame a si, seja mais você
Não, não, não troque o s pelo z
O tio san, não é filho teu, não é filho meu,
O super-herói errado, novamente escolheu, meu!
Onde é que está o meu paraíso tropical?
Eu só vejo a tal colônia cultural,
Que prefere, prefere ausência de valor,
Por favor,! O Éden não fica acima do Equador,
Alô, Brasil! Veja só, veja só seu dom,
Veja só, veja só seu som, veja com é bom,
Veja só, como o povo canta e se encanta com samba,
De Donga à sensação, samba bamba,
Mpb ouça bem, aqui tem, ouça bem,
E você ainda vem, achando que nada tem,
Afoxé, maracatu, swingueira, bossa nova,
Hip hop nacional, é da hora e não é moda
Alô, Brasil! Nos ouviu? Não seja o pior,
O Éden não fica acima do Equador,
E também ninguém é mais que ninguém,
Veja bem o que você tem, pro seu próprio bem.
Alô, Brasil! De bola pra bola no pé,
Futebol é oque há, rei Pelé bote fé,
bi, tri, tetra, penta campeão,
Apesar da cartolagem, isto é nossa paixão,
O duradouro ouro do vôlei e natação,
Só pobre de auto estima, é quem não tem a visão,
Não viu o Senna no podium, a taça na mão,
O Guga na raquete, o pulo do João,
Alô, Brasil! A ordem e progresso evaporou,
O verde e amarelo da bandeira desbotou,
A chiclete com banana do Jackson já mostrou,
Mas a constelação do cruzeiro se apagou,
A cada dia, é mais sobrinho do tio san,
É quintal do primeiro mundo, hoje e amanhã,
Como um urubu, o resto aceita bem,
O bom daqui vai lá, o ruim de lá aqui vem,
Alô, Brasil! Não, não dá, não dava, não deu,
Prioridade pro povo da própria pátria, não deu,
é bom conhecer o herói de lá,
Mas e herói de cá, que valor que terá?
Da balaiada, não sabinada, não vê.
Cabanagem, conselheiro, zumbi e malês,
Será que é porque o quilombola não era de fora?
Ou porque palmares não surgiu na Califórnia?
Alô, Brasil! Nos ouviu? Não seja o pior,
O Éden não fica acima do equador,
E também ninguém é mais que ninguém,
Veja bem oque você tem, pro seu próprio bem.
Alô, Brasil! a língua nativa ativa a chama
Do continente mãe, velho mundo e pindorama,
Mas se a memória um rolê foi dar,
Três exemplos eu vou dar, só pra refrescar,
Ver Mário de Andrade gerar Macunaíma,
Solano trindade, versando lá de cima,
De Brasília, G.O.G, poema social,
Popular academia, onde o povo é imortal,
Alô, Brasil! Nos de ouvidos,
Não seja o gigante adormecido, subdesenvolvido,
Olhe aqui, veja aqui, a natureza daqui,
Do Oiapoque ao Chuí, que beleza, veja aqui,
Mas se parasse, pensasse, amasse o seu chão,
Veria que não é só de fora que vem tudo que é bom,
No toque, no toque, toque, toque, se toque bem,
Pois gente que cria e não copia aqui também tem,
Alô, Brasil! a antropofagia não morreu,
O abaporu da Tarsila é teu,
Goitacases, tropicália, homem caranguejo,
Pra acabar de vez, com o macaco de realejo,
Não pague pau, pra quem te mete o pau,
Seja nacional e ao mesmo tempo universal,
Você tem poderes pra poder fazer efeito,
Pra capitão América nenhum botar defeito
Alô, Brasil! Nos ouviu? Não seja o pior,
O Éden não fica acima do Equador,
E também ninguém é mais que ninguém,
Veja bem oque você tem, pro seu próprio bem.
Faça sim, sim, saiba sim, sim,
Tim tim por tim tim, da sua cultura sim,sim,
Faça sim, sim, seja sim, sim,
Até o fim, seja sim, seja mais tupiniquim