São Paulo, 31 de dezembro de 1999
Falta pouco, pouco, muito pouco mesmo
Para o ano 2000
E você, ouvinte incauto, que no aconchego de seu lar
Rodeado de seus familiares
Desafortunadamente colocou este disco na vitrola
Você que, agora aguarda ansiosamente o espocar da champanha
E o retinir das taças
Você inimigo mortal da angústia e do desespero
Esteja preparado, o pesadelo começou
Sim, eu sei, você vai dizer que é sua imaginação
Que você andou lendo muito gibi ultimamente
Mas então por que suas mãos tremeram, tremeram
Tremeram tanto, quando você acendeu aquele cigarro
E por que você ficou tão pálido de repente?
Será tudo isto fruto da sua imaginação?
Não, meu amigo, vá ao banheiro agora
Antes que seja tarde demais
Porque neste mero disco que você comprou num sebo
Esteve aprisionado por mais de 20 anos
O perigoso marginal, o delinquente, o facínora
O inimigo público número 1, Clara crocodilo
Quem cala consente, eu não calo
Não vou morrer nas mãos de um tira
Quem cala, consente, eu desacato
Não vou morrer nas mãos de um rato
Nã-nã-nã-nã nao vou morrer nã-nã-nã-não
Você nem fala nisso pra mim
Eu morrer, não vou não
Não vou ficar mais neste inferno
Nem vou parar num cemitério
Não vou ficar mais neste inferno
Nem vou parar num cemitério
Quem cala consente, eu não calo
Não vou morrer nas mãos de um tira
Quem cala, consente, eu desacato
Não vou morrer nas mãos de um rato
Não vou não
Nas mãos de um rato eu não vou
Vou nao, nã-nã-nã, nã
Não vou ficar mais neste inferno
Nem vou parar num cemitério
Não vou ficar mais neste inferno
Nem vou parar num cemitério
Metralhadora não me atinge
Não vou ficar mais neste ringue
Metralhadora não me atinge
Não vou ficar mais neste ringue
Metralha
Ei, você que está me ouvindo
Você acha que vai conseguir me agarrar?
Pois então tome
Já vi que você é perseverante
Vamos ver se você segura esta
Meninas, vocês acham que eles querem mais?
Querem sim!
Você, que então é tão espertinho
Vamos ver se você consegue me seguir neste labirinto
Clara crocodilo fugiu
Clara crocodilo escapuliu
Clara crocodilo fugiu
Clara crocodilo escapuliu
Vê se tem vergonha na cara
E ajuda Clara, seu canalha
Vê se tem vergonha na cara
E ajuda Clara, seu canalha
Olha o holofote no olho
Sorte, você não passa de um repolho
Olha o holofote no olho
Sorte, você não passa de um repolho
Clara crocodilo fugiu
Clara crocodilo escapuliu
Vê se tem vergonha na cara
E ajuda Clara, seu canalha
Olha o holofote no olho
Sorte, você não passa de um repolho
Clara crocodilo fugiu
Clara crocodilo escapuliu
Vê se tem vergonha na cara
E ajuda Clara, seu canalha
Clara crocodilo fugiu
Clara crocodilo escapuliu
Clara crocodilo fugiu
Clara crocodilo escapuliu
Vê se tem vergonha na cara
E ajuda Clara, seu canalha
Vê se tem vergonha na cara
E ajuda Clara, seu canalha
Olha o holofote no olho
Sorte, você não passa de um repolho
Olha o holofote no olho
Sorte, você não passa de um repolho
Onde andará Clara crocodilo? Onde andará?
Será que ela está roubando algum supermercado?
Será que ela está assaltando algum banco?
Será que ela está atrás da porta de seu quarto
Aguardando o momento oportuno
Para assassiná-lo com os seus entes queridos?
Ou será que ela está adormecida em sua mente
Esperando a ocasião propícia para despertar
E descer até seu coração ouvinte meu, meu irmão?