"A mão direita tem uma roseira
Que dá flor na primavera..."
Vim de um ritmo quebrado
Nasci meio fora de hora
Dizem que era madrugada
Só lembro que foi em Serrinha
Daí não pude mais parar
Vida foi me emaranhando
Nas cordas de um violão
Noites eram como ondas
E pra quem nunca viu o mar
É mágica
Penas do meu pé na estrada
Empenam minha ilusão
Nunca desisti de nada
Não sou cabeça avoada
Só não baixei olho pro chão
Vida foi me sacudindo
Mas deu também intuição
Noites eram como ondas
E pra quem sabe decifrar
É música
A mão direita leva ao coração
É meu ofício, vício ou é o que?
Não é mar de rosa a dor
Que inunda o meu olhar
Nem toda a primavera me dá flor
Se é incerto o meu cantar
Não é mais imprevisível que o amor