Três da manhã numa sexta feira
O teu hálito cheirava à velha doce bebedeira
Pegaste na minha mão com o teu olhar de matreira
Encostaste-te a mim e a tua chama era verdadeira
O teu ar intoxicante a tua aura penetrante
O teu ser picante eternamente provocante
Uma vontade ofuscante o raciocínio insignificante
E dançámos a noite inteira
Cinco meses depois por ti contínuo o meu fascínio
Pena que da bebedeira agora acordo sozinho
Cego, moribundo, o pensamento num distúrbio
Contigo teria o céu mas o destino tornou-se dúbio
E quando o pesar é grande e o sono profundo
Dás-me a tua mão e puxas-me para o teu mundo
Estás tão linda como da primeira vez que te vi
E dançaríamos a noite inteira
Mas eu não posso ficar aqui
Este lugar não é para mim
Enquanto me despeço de ti
E uma última vez Dançamos Nos Meus Sonhos
O esforço não é pouco isso posso-te prometer
Uma eternidade após e ainda te quero ver
Já te mandei embora mas sabia que mentia
Tão longe e no entanto ainda sinto a magia
A lua por cima de nós o mundo tão distante
O sabor da despedida tão sorrateiro e provocante
Anos e anos após a tua falta é sufocante
Resigno-me na derrota, no vício cegante
Na bebida que da perda é o adoçante
Nas conquistas que da dor são o anestesiante
Queria-te nos meus braços para um futuro hesitante
Mas fico-me pelas memórias enquanto
Dançamos Nos Meus Sonhos