Searas secas no olhar
De quem vê a vida passar
Num augúrio de esperança
Que teima em nunca chegar
Leitos secos rios tristes
E o povo que já não come
Bruxa velha parideira
Que no ventre gera a fome
E sentado no sofá
Culpo tudo e sou culpado
Política, futebol
E culpo também o fado
Tristemente revoltado
Eu indago ao escuro breu
Quem entristeceu o céu
Quem entristeceu o mar
Quem entristeceu o sol
Que ilumina o luar
Quem entristeceu as águas
Dos jardins lá do além
Quem murchou os craveiros
Do quintal da minha mãe
Tempo, tempo, tempo, tempo
Tempo, tempo, tempo, tempo
Tempo, tempo, tempo, tempo
É palavra no armazém
Tempo, tempo, tempo, tempo
Tempo, tempo, tempo, tempo
Mas afinal quanto tempo
Quanto tempo o tempo tem
E à noite consternado
Eu pergunto aos meus botões
Quem nos sonha o des(no
E herda nossas emoções
Tristemente revoltado
Eu indago ao escuro breu
Quem entristeceu o céu
Quem entristeceu o mar
Quem entristeceu o sol
Que ilumina o luar
Quem entristeceu as águas
Dos jardins lá do além
Quem murchou os craveiros
Do quintal da minha mãe
Tempo, tempo, tempo, tempo
Tempo, tempo, tempo, tempo
Tempo, tempo, tempo, tempo
É palavra no armazém
Tempo, tempo, tempo, tempo
Tempo, tempo, tempo, tempo
Mas afinal quanto tempo
Quanto tempo o tempo tem
Quem entristeceu o céu
Quem entristeceu o mar
Quem entristeceu o sol
Que ilumina o luar
Quem entristeceu as águas
Dos jardins lá do além
Quem murchou os craveiros
Do quintal da minha mãe