8- Veneno Antídoto
(Caio Padilha e Artemilson Lima)
Tanto canto que não morro, morro tanto que não
Canto tanto quanto vivo, vivo tanto que não
Tanto canto que não morro, finjo tudo que não sinto
Sinto como um fingidor, a dor que deveras minto
Minto por meu despudor, disputando o verossímil
Mito do suplício, vício, verso fictício
Fecho o tempo, corto o couro, tanto tempo que não
Corto tanto quanto fecho, tanto couro que não
Fecho tempo corto o couro, sangue no dente canino
Caninana cravejou seu veneno, meu antídoto
Reptiliana dor, repentino desatino
Morde o rabo, fere o bicho, flecha do destino